26 de julho de 2013

"Quem Bate?…"


Olá Meninas, tudo bem? Congeladas como eu?
O Post desta semana atrasou porque precisei de 2 dias para descongelar os deditos...
Como nós somos despreparados?!
As construções brasileiras em sua maioria são uma estufa no verão e um gelo no inverno. Eu me incluo nessa leva. 50% culpa minha, que sempre gostei de projetos luminotécnicos e não admitia viver em uma casa sem iluminação planejada; com os pés-direitos cada vez menores, resolvi brigar pelo rebaixo mínimo possível do gesso, para poder embutir minhas lâmpadas cênicas. 50% culpa do Chefe que não quis deixar a infra para o ar-condicionado. Avisei: faça agora ou cale-se para sempre! Depois não vou quebrar tudo!
Ficamos assim, no calor derretemos e no frio, todos juntinhos. Três meses de amor intenso para aquecer a engrenagem.
No Kuwait a população coloca os lençóis na geladeira, aqui infelizmente só se fizermos uma fogueirinha com nossa roupa de cama...
Parem de tremer por um instante.
Há opções para driblar este frio todo. Para os patrícios há sistemas de aquecimento no piso do banheiro, desembaçadores de espelhos, lareiras incríveis e aquecimento central. Para os plebeus temos mantas, aquecedores de passagem, calor humano e uma opção que adoro: encarpetar os banheiros.
Quando era pequena, meu Pai fazia Interiores de barcos e teve a brilhante idéia de reproduzir no banheiro do nosso “apertamento”. Era uma graça, e até hoje penso em reaplicar em algum projeto futuro. Ele era todo branco com as paredes em melamina (Fórmica) e o chão forrado por um carpete azul, removível para manutenção.
Tem gente que não acha nada prático, mas garanto, o esforço vale o conforto.
Andar de manhã no piso gelado não é uma sensação que ameniza muito o meu mau humor matinal, bom e velho companheiro; já desisti de me desvencilhar dele, nasceu uma grande amizade. Tenho a tramela solta, mas depois das 10. Antes, meu silêncio preserva relacionamentos. Sou Flex, de manhã a álcool e à noite, gasolina. Preciso de um tempo para funcionar.
Fora isso, não posso deixar de citar, que esta é uma época do ano muito elegante. Tão elegante que às vezes bate um ventinho mais gelado, as moçoilas correm para seus armários para vestirem seus casacos, botas e tudo mais.
Tenho visto chapéus e boinas lindíssimas, desfilando aqui no setor empresarial da Vila Olímpia. Gostoso de ver!
Cada cachecol e gorro que dão vontade de fazer minha matrícula na Novelaria. Pinto, bordo, falo muito mal Francês, mas tricotar são outros 500.
Com minha maluquice cotidiana, sempre penso que preciso aprender logo, quando ficar velhinha, precisarei de um passatempo. Apesar de que Arquiteto não se aposenta... obrigada Oscar!
É, estou ou SOU vintage, não de brechós ou sebos porque minha rinite não permite, mas tenho um certo apreço por objetos e ornamentos com cara de Vó. Das minhas próprias, acabo filando algumas coisitchas, tanto por achar lindas, quanto pelo valor sentimental.


Valorizo o trabalho manual, gosto de aprender e admiro quem vive desse prazer. Exige imensa dedicação e monetariamente não é compatível.
Como o desenho à mão livre, que virou artigo de Luxo em escritórios de Arquitetura, os artigos handmade vem assumindo também esse papel. Posto merecido.
Na composição de ambientes, vemos mantas artesanais colorindo e cobrindo sofás, dobradinhas em recamier, ou para apenas decorar o pé da cama. Em DayBeds na varanda, ou no campo, é sempre bom manter uma por perto. Acho chique demais, delicado.


     


Para minha filha peluda, Lola, que insiste em dormir no sofá da minha sala, comprei uma manta de bebê em tricot, bem molinha e quentinha. Protege meu Suede e é uma fofurice no décor.
Para minha lourinha, Manuela, temos a cerimônia do chá, bem antes de dormir.
Quando o papai não está, aproveitamos para nos grudarmos. Quando está, também! 
Achei tocante a iniciativa do Cabide Solidário em Curitiba, pendurando cabides nas árvores, vestidos por agasalhos doados e assim, disponíveis aos desabrigados.

 Campanha idealizada pelo Libélula Brechó em Curitiba.

Aqui em São Paulo sinceramente não sei se vingaria. Só não mudo para o Sul, porque a concorrência é forte, tem muita mulher bonita, bah...!
Deixando minhas brincadeiras de lado, aqui em Sampa existem muitas pessoas que distribuem sopas e alimentos pela madrugada o ano todo. Caso queira fazer parte do voluntariado, se informe na rede, subprefeituras ou organizações de bairro, certamente terá vaga para mais um.
Apoiar independe da situação econômica ou localização geográfica.
Você também pode ligar para a CAPE (Central de Atendimento Permanente e de Emergência) 11-3258-9449 ou 156 e notificar sobre algum morador de rua. Eles irão até o local indicado e encaminharão a pessoa para algum abrigo. Mas é uma oferta, o morador de rua que decide.
Nunca vou me esquecer que quando dormia na casa da minha Avó, certa vez, ela me contou que morria de vontade de levar um copo com leite quente para um morador de rua, que dormia nas noites de inverno na garagem de um estabelecimento comercial, em frente à casa dela. Ao longo daquela noite escutamos o som da tosse incessante daquele homem, com muita tristeza. A gente fica com medo de ajudar... é muito contraditório, me dá uma angústia!
Mas como minha Avó é uma mulher forte, não duvido que tenha encarado o desafio ou mandado meu Avô em seu lugar...rsrs
Se tricotar, tricote para alguém que ama ou que queira apenas confortar.
Não tricota, faça uma bebida quente e ofereça calor a quem precisa.
Caso não tenha habilidade ou oportunidade de ajudar, AGRADEÇA!!!

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Um beijo pro meu Pai, para minha Mãe e pra você!!

Camila

Camila Abbate | Arquitetura e Interiores
Rua Vahia de Abreu, 653 – Vila Olímpia
# 99593-1095


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